Saiba mais sobre a folia dos blocos e bandas que animam foliões pela cidade
Característica que movimenta as ruas do Rio, os blocos de carnaval animam à festa espalhados pela cidade, reunindo pessoas de todas as idades, ao som dos mais variados ritmos. Com ou sem fantasia, a alegria anima foliões todos os dias, validando o caráter democrático do festejo momesco.
Pela história, os blocos de ruas tiveram início nos idos de 1800, quando os cordões foram criados. Nesses grupos, pessoas organizavam desfiles com música local, coreografias e danças, além de confeccionarem seus próprios instrumentos. Mais tarde, passaram a organizar também desfiles populares por todo o Rio não só durante o Carnaval.
Famosos blocos e bandas modernos
A folia pediu passagem e se tornou maior que os blocos e bandas dos bairros. Hoje, vão além, não estando mais restritos à localidades. Com músicas-tema e bandas já conhecidas do público, os grupos fazem novas versões de marchinhas e sambas-enredos, gerando ainda mais interesse do público. Na festa em que não pode faltar diversidade, ritmos como o sertanejo, rock e axé fazem as multidões não pararem.
Dos mais conhecidos, estão o Monobloco, O Simpatia é Quase Amor, a Banda de Ipanema e o Suvaco do Cristo. Embora existam em todos os bairros, a grande concentração deles está no Leblon, Copacabana, Ipanema, Santa Teresa, Lagoa, Jardim Botânico e no Centro. Se você acha que a folia só começa em fevereiro, está mais do que enganado: os blocos começam suas atividades meses antes, com ensaios técnicos que movimentam o mês de janeiro para que em fevereiro estejam ‘tinindo’.
Os maiores blocos do Rio
Simpatia é Quase Amor
Criado às vésperas do carnaval de 1985, em meio à campanha das ‘’Diretas Já”, o ‘’Simpa’’, como carinhosamente é chamado por seus admiradores, conquista e embala o carnaval com um público de idades que variam de 8 a 80 anos. Ninguém fica de fora da festa comandada a partir da Praça General Osório e que toma as orlas de Ipanema e do Leblon, em pleno domingo de Carnaval. Com irreverência, o Simpatia ilumina as ruas nas cores amarelo e lilás, entoando seu grito de guerra: “Alô burguesia de Ipanema”!
Imprensa que eu Gamo
Bastou uma reunião de jornalistas num bar do Mercadinho São José, em Laranjeiras, e, entre pautas e muitos chopes, surgiu a ideia de fundar um bloco carnavalesco. Daí não tinha como não, virou manchete: “Imprensa Que Eu Gamo”. Colorindo as ruas com vermelho e grafite, o bloco, além de comandar a folia, tem o objetivo de mostrar à cidade, de forma lúdica, um pouco do humor de quem tem no DNA a notícia como sua matéria-prima.
Bloco da Preta
O melhor dos dois carnavais, num só bloco. Reunindo Rio e Salvador, o Bloco da Preta agita os foliões com uma sequência de trios elétricos comandados por Preta Gil. Para a festa, a ‘’rainha’’ convida artistas dos mais variados segmentos da Música Popular Brasileira contemporânea para participar dos shows. Fundado em 2011, a apresentação tornou-se sucesso instantâneo entre o público LGBTQUIA+. Com público que cresce a cada ano, já superou a marca de meio milhão de pessoas.
Desliga da Justiça
Parece filme ou quadrinho repleto de heróis e vilões. Mas na verdade, é a mais bonita e simpática reunião de foliões e batuqueiros que entram no clima das fantasias elaboradas, representando o melhor do universo infantil ou fantástico. Entre a Gávea e o Jardim Botânico, são eles a cadenciar a alegria dos ‘’desliguetes’’, nome que os integrantes do cortejo recebem ao participar do bloco que anima toda a família.
Bola Preta
Mais antigo bloco de carnaval do Rio de Janeiro e um dos mais antigos do país, é o último representante remanescente dos antigos cordões carnavalescos que existiam no início do século XX. Desfilando tradicionalmente com preto e branco na Avenida Rio Branco, “o maior bloco de carnaval do mundo” (como gosta de ser chamado), encanta e pede passagem pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro, saudando o público com a marchinha famosa pelo verso “Quem não chora, não mama”. Entre muitos sambas, o show da agremiação não acaba sem que antes tocar a não menos famosa música “Cidade Maravilhosa” seja entoada pela grande multidão.
Carmelitas
‘A freira sai ou não?’ Uma das lendas mais famosas do Carnaval carioca, a pergunta se mantém com entusiasmo e faz de Santa Teresa uma das regiões mais características dos festejos. A tradição é só uma: que pessoas de todos os gêneros vistam seus hábitos de freira na cabeça, para que a “fujona” possa brincar em paz, sem ser reconhecida. Subindo a Ladeira do Convento das Carmelitas, o bloco atrai milhares de pessoas com suas saídas – uma na sexta que antecede o carnaval e outra na terça-feira gorda. Com bom humor, tomam as ruas para dizer o que pensam sobre a sociedade e a cidade, com exemplos de sustentabilidade e respeito.
Suvaco de Cristo
Fundado em 1986 após uma entrevista cedida por Tom Jobim, na qual o compositor culpava o sovaco do Cristo Redentor pelo mofo dos armários de sua casa, o Suvaco de Cristo é um dos blocos mais tradicionais da cidade e faz a alegria dos foliões na Rua Jardim Botânico, “bem debaixo do braço direito do Cristo”.
Spanta
O bloco virou um disputado festival de cantores de primeira linha para uma galera bonita e cheia de vida. O Spanta, com mais de 20 anos de carnaval, viu sua história crescer e triplicar. Os ensaios, que aconteciam na sede de remo do Flamengo e reuniam cerca de 5 mil pessoas, agora viraram um festival, que acontece nas partes interna e externa da Marina da Glória, para cerca de 20 mil foliões. Já passaram por lá Luan Santana, Pitty, Djavan, Ludmilla e Luiz Caldas, só para citar alguns. É pura festa!
Sargento Pimenta
É imperdível para quem é fã dos Beatles. Fundado no bairro do Flamengo, o nome é uma referência ao álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band da banda britânica, e o repertório do bloco é formado principalmente por versões de canções da banda de rock The Beatles, interpretadas com arranjos de samba, marcha, maracatu e outros ritmos brasileiros. Até o príncipe Harry quando veio solteiro ao Brasil em 2017, não resistiu e caiu no samba
Banda de Ipanema
Berço da Bossa Nova, da diversidade, de artistas que se misturam com moradores em perfeita harmonia, Ipanema é puro charme. Criada em 1959 pelos escritores Jaguar, Ziraldo, Ferdy Carneiro e Albino Pinheiro, a Banda de Ipanema, considerada patrimônio imaterial do Rio, é uma das mais tradicionais e irreverentes do Rio de Janeiro. A criação aconteceu como forma de fazer críticas políticas, inclusive durante o regime militar. Seus integrantes fingiam tocar instrumentos e usavam terno. Até hoje a banda arrasta multidões pelas ruas do bairro.
Chora me liga
Tem espaço para sertanejo no carnaval carioca. O Chora Me Liga surgiu em 2010 como primeiro bloco de carnaval sertanejo do Brasil. O primeiro desfile foi na na praia do Leblon, com apenas 20 mil pessoas. No carnaval de 2012, em razão do grande sucesso e crescimento do bloco, o percurso foi alterado para o Aterro do Flamengo e mais uma vez superou todas as previsões, arrastando uma multidão. Em 2013, voltou para a orla onde permaneceu até 2017. O desfile na Praia de Copacabana foi o último realizado na praia, após isso, o Chora Me Liga entrou para a lista dos megablocos do Rio cujos desfiles precisam ser realizados no centro da cidade devido à logística de segurança e dispersão dos foliões.
Bangalafumenga
É a junção de todas as tribos! O Bangalafumenga é uma banda – e também um bloco brasileiro – criado em 1998 e desde então, promove as melhores e mais interessantes fusões entre funk, samba e outros ritmos brasileiros. Sob as vozes de Rodrigo Maranhão e de Hamilton Souza, o repertório inclui músicas regionais, MPB, cirandas, além de composições dos fundadores. O bloco segue reunindo mais de 100 mil ‘joões-ninguém’ foliões na capital. Quem tem samba no pé, vai.
Cordão do Boitatá
A mistura tinha que dar certo. Criado em 1996 por estudantes e músicos, o Cordão do Boitatá toca na Praça XV, no centro do Rio, e foi um dos responsáveis pela revitalização do carnaval de rua carioca. Todos os anos atrai milhares de foliões para suas apresentações, que chegam a durar sete horas, sempre no domingo de carnaval, Haja fôlego!
Empolga às 9
O bloco mais empolgado do Brasil e um dos mais reverenciados do Rio, o Empolga às 9, surgiu em 2003 diretamente das areias escaldantes da praia de Ipanema, da união de uma juntamos uma galera que fazia o melhor batuque no posto 9. E não é que deu samba? Há 20 anos, tornou-se um dos cortejos que mais arrasta foliões pelas ruas da cidade. Com bateria própria que ensaia seus arranjos exclusivos durante o ano inteiro, o Empolga tem um repertório pra lá de eclético. Três vozes, sendo duas femininas e uma masculina, baixo, cavaquinho e guitarra alcançam uma sonoridade própria e original.
Orquestra Voadora
Eles acumulam mais de 12 anos de pista e como dizem ‘’sem escalas’’! Com voo panorâmico e movido a muita alegria — melhor combustível para ocupar e festejar a rua como um espaço democrático – a Orquestra Voadora faz dos seus batuques, percussão e metais, uma linda viagem com composições próprias e grandes clássicos da música mundial, misturando samba, rock, pop, funk, maracatu e afrobeat como propulsão para seus voos, passando pelas maiores capitais do país e da Europa. O bloco domina o Aterro do Flamengo
Fervo da Lud
Ludmilla já é uma festa cantando sozinha. Com convidados e um público de 300 mil foliões, vira um megabloco. Já em sua terceira edição, o Fervo da Lud é uma festa criada pela cantora e que conta com a participação de vários artistas convidados, agitando as ruas do Centro carioca.
Monobloco
Um dos maiores símbolos do Carnaval carioca, o Monobloco é conhecido por incorporar diversos ritmos e estilos musicais à batida do samba. Seu repertório eclético inclui as marchinhas tradicionais de João Roberto Kelly, o samba de Cartola e Clara Nunes, passando pelo xote de Alceu Valença, o forró de Luiz Gonzaga, o funk de Ludmilla, o pop de Anitta, até canções de Paralamas do Sucesso, Raul Seixas e Tim Maia. É diversão pra todo mundo se jogar!