Símbolos de alegria e descontração, blocos de rua arrastam multidões pela cidade. Confira a programação completa dos mais de 480 blocos em carnavalderua.rio ou baixe o aplicativo Blocos de Rua 2025.

Conhecido internacionalmente o Carnaval de Rua do Rio de Janeiro atrai, todos os anos, uma multidão de foliões pelas ruas da cidade. Com fantasias criativas e munidos do espírito de “só acaba quando termina”, cariocas e turistas brasileiros e internacionais de todas as idades aproveitam os desfiles dos cortejos por todos os cantos da Cidade Maravilhosa. 

A tradição dos desfiles têm origens que remontam ao século XIX. Inicialmente, surgiram de forma espontânea, com pequenos grupos de foliões saindo às ruas para celebrar o Carnaval de maneira descontraída e democrática, muitas vezes acompanhados por instrumentos de percussão e marchinhas. Esses grupos, formados por pessoas de diferentes classes sociais, expressavam a alegria e a irreverência cariocas, e logo se tornaram parte essencial da identidade cultural da cidade. Ao longo do tempo, os blocos cresceram em tamanho e organização, tornando-se um dos principais atrativos do Carnaval carioca, com temas variados que vão desde homenagens a ícones culturais até sátiras políticas, tornando-se também uma importante crônica social de seu tempo.

Atualmente, os blocos atraem milhões de pessoas, ajudando a fomentar o turismo e a economia criativa da cidade, além de consolidar o Rio de Janeiro como a capital mundial da festa e da folia.

Entre os destaques dos desfiles estão o tradicional Cordão da Bola Preta, que desde 1918 desfila pelo Centro da cidade, reunindo multidões ao som de marchinhas clássicas. Outro destaque é o Sargento Pimenta, que mistura ritmos carnavalescos com sucessos dos Beatles, conquistando fãs de todas as idades. Já o Simpatia é Quase Amor, em Ipanema, e o irreverente Bloco das Carmelitas, em Santa Teresa, oferecem experiências únicas e cheias de personalidade. Com temáticas diversas e atmosfera democrática, esses blocos simbolizam a essência popular e festiva do Carnaval carioca, consolidando o evento como um dos maiores espetáculos culturais do mundo.

Conheça alguns dos maiores blocos do Rio:

Simpatia é Quase Amor

Criado às vésperas do carnaval de 1985, em meio à campanha das ‘’Diretas Já”, o ‘’Simpa’’, como carinhosamente é chamado por seus admiradores, conquista e embala o carnaval com um público de idades que variam de 8 a 80 anos. Ninguém fica de fora da festa comandada a partir da Praça General Osório e que toma as orlas de Ipanema e do Leblon, em pleno domingo de Carnaval. Com irreverência, o Simpatia ilumina as ruas nas cores amarelo e lilás, entoando seu grito de guerra: “Alô burguesia de Ipanema”!

Imprensa que eu Gamo

Bastou uma reunião de jornalistas num bar do Mercadinho São José, em Laranjeiras, e, entre pautas e muitos chopes, surgiu a ideia de fundar um bloco carnavalesco. Daí não tinha como não, virou manchete: “Imprensa Que Eu Gamo”.  Colorindo as ruas com vermelho e grafite, o bloco, além de comandar a folia, tem o objetivo de mostrar à cidade, de forma lúdica, um pouco do humor de quem tem no DNA a notícia como sua matéria-prima.

Desliga da Justiça

Parece filme ou quadrinho repleto de heróis e vilões. Mas na verdade, é a mais bonita e simpática reunião de foliões e batuqueiros que entram no clima das fantasias elaboradas, representando o melhor do universo infantil ou fantástico. Entre a Gávea e o Jardim Botânico, são eles a cadenciar a alegria dos ‘’desliguetes’’, nome que os integrantes do cortejo recebem ao participar do bloco que anima toda a família. 

Bola Preta

Mais antigo bloco de carnaval do Rio de Janeiro e um dos mais antigos do país, é o último representante remanescente dos antigos cordões carnavalescos que existiam no início do século XX. Desfilando tradicionalmente com preto e branco na Avenida Rio Branco, “o maior bloco de carnaval do mundo” (como gosta de ser chamado), encanta e pede passagem pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro, saudando o público com a marchinha famosa pelo verso “Quem não chora, não mama”. Entre muitos sambas, o show da agremiação não acaba sem que antes tocar a não menos famosa música “Cidade Maravilhosa” seja entoada pela grande multidão. 

Carmelitas

‘A freira sai ou não?’ Uma das lendas mais famosas do Carnaval carioca, a pergunta se mantém com entusiasmo e faz de Santa Teresa uma das regiões mais características dos festejos. A tradição é só uma: que pessoas de todos os gêneros vistam seus hábitos de freira na cabeça, para que a “fujona” possa brincar em paz, sem ser reconhecida. Subindo a Ladeira do Convento das Carmelitas, o bloco atrai milhares de pessoas com suas saídas – uma na sexta que antecede o carnaval e outra na terça-feira gorda. Com bom humor, tomam as ruas para dizer o que pensam sobre a sociedade e a cidade, com exemplos de sustentabilidade e respeito. 

Suvaco de Cristo

Fundado em 1986 após uma entrevista cedida por Tom Jobim,  na qual o compositor culpava o sovaco do Cristo Redentor pelo mofo dos armários de sua casa,  o Suvaco de Cristo é um dos blocos mais tradicionais da cidade e faz a alegria dos foliões na Rua Jardim Botânico, “bem debaixo do braço direito do Cristo”. 

Spanta

O bloco virou um disputado festival de cantores de primeira linha para uma galera bonita e cheia de vida. O Spanta, com mais de 20 anos de carnaval, viu sua história crescer e triplicar. Os ensaios, que aconteciam na sede de remo do Flamengo e reuniam cerca de 5 mil pessoas, agora viraram um festival, que acontece nas partes interna e externa da Marina da Glória, para cerca de 20 mil foliões. Já passaram por lá Luan Santana, Pitty, Djavan, Ludmilla e Luiz Caldas, só para citar alguns. É pura festa! 

Sargento Pimenta

É imperdível para quem é fã dos Beatles. Fundado no bairro do Flamengo, o nome é uma referência ao álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band da banda britânica, e o repertório do bloco é formado principalmente por versões de canções da banda de rock The Beatles, interpretadas com arranjos de samba, marcha, maracatu e outros ritmos brasileiros. Até o príncipe Harry quando veio solteiro ao Brasil em 2017, não resistiu e caiu no samba. 

Banda de Ipanema

Berço da Bossa Nova, da diversidade, de artistas que se misturam com moradores em perfeita harmonia, Ipanema é puro charme. Criada em 1959 pelos escritores Jaguar, Ziraldo, Ferdy Carneiro e Albino Pinheiro, a Banda de Ipanema, considerada patrimônio imaterial do Rio, é uma das mais tradicionais e irreverentes do Rio de Janeiro. A criação aconteceu como forma de fazer críticas políticas, inclusive durante o regime militar. Seus integrantes fingiam tocar instrumentos e usavam terno. Até hoje a banda arrasta multidões pelas ruas do bairro. 

Chora me liga

Tem espaço para sertanejo no carnaval carioca. O Chora Me Liga surgiu em 2010 como primeiro bloco de carnaval sertanejo do Brasil. O primeiro desfile foi na na praia do Leblon, com apenas 20 mil pessoas. No carnaval de 2012, em razão do grande sucesso e crescimento do bloco, o percurso foi alterado para o Aterro do Flamengo e mais uma vez superou todas as previsões, arrastando uma multidão. Em 2013, voltou para a orla onde permaneceu até  2017. O desfile na Praia de Copacabana foi o último realizado na praia, após isso, o Chora Me Liga entrou para a lista dos megablocos do Rio cujos desfiles precisam ser realizados no centro da cidade devido à logística de segurança e dispersão dos foliões. 

Bangalafumenga

É a junção de todas as tribos! O Bangalafumenga é uma banda – e também um bloco brasileiro – criado em 1998 e desde então, promove as melhores e mais interessantes fusões entre funk, samba e outros ritmos brasileiros. Sob as vozes de Rodrigo Maranhão e de Hamilton Souza, o repertório inclui músicas regionais, MPB, cirandas, além de composições dos fundadores. O bloco segue reunindo mais de 100 mil ‘joões-ninguém’ foliões na capital. Quem tem samba no pé, vai. 

Cordão do Boitatá

A mistura tinha que dar certo. Criado em 1996 por estudantes e músicos, o Cordão do Boitatá toca na Praça XV, no centro do Rio, e foi um dos responsáveis pela revitalização do carnaval de rua carioca. Todos os anos atrai milhares de foliões para suas apresentações, que chegam a durar sete horas, sempre no domingo de carnaval, Haja fôlego! 

Empolga às 9

O bloco mais empolgado do Brasil e um dos mais reverenciados do Rio, o Empolga às 9, surgiu em 2003 diretamente das areias escaldantes da praia  de Ipanema, da união de uma juntamos uma galera que fazia o melhor batuque no posto 9. E não é que deu samba?  Há 20 anos, tornou-se um dos cortejos que mais arrasta foliões pelas ruas da cidade. Com bateria própria que ensaia seus arranjos exclusivos durante o ano inteiro, o Empolga tem um repertório pra lá de eclético. Três vozes, sendo duas femininas e uma masculina, baixo, cavaquinho e guitarra alcançam uma sonoridade própria e original. 

Orquestra Voadora

Eles acumulam mais de 12 anos de pista e como dizem ‘’sem escalas’’! Com voo panorâmico e movido a muita alegria — melhor combustível para ocupar e festejar a rua como um espaço democrático – a Orquestra Voadora faz dos seus batuques, percussão e metais, uma linda viagem com composições próprias e grandes clássicos da música mundial, misturando samba, rock, pop, funk, maracatu e afrobeat como propulsão para seus voos, passando pelas maiores capitais do país e da Europa. O bloco domina o Aterro do Flamengo. 

Fervo da Lud  

Ludmilla já é uma festa cantando sozinha. Com convidados e um público de 300 mil foliões, vira um megabloco. Já em sua terceira edição, o Fervo da Lud é uma festa criada pela cantora e que conta com a participação de vários artistas convidados, agitando as ruas do Centro carioca. 

Fogo e Paixão

Um dos blocos mais queridos dos foliões, o Fogo é Paixão, é conhecido por sua homenagem cheia de irreverência à música brega. Criado em 2011, o bloco reúne milhares de foliões ao som de sucessos de artistas como Wando, Reginaldo Rossi e Sidney Magal. O nome do bloco, inspirado em uma das músicas mais emblemáticas de Wando, reflete o clima de paixão e nostalgia que toma conta do público durante o desfile no Centro da cidade. Com fantasias coloridas e muita animação, o Fogo e Paixão se destaca como uma celebração única da cultura popular. 

Monobloco

Um dos maiores símbolos do Carnaval carioca, o Monobloco é conhecido por incorporar diversos ritmos e estilos musicais à batida do samba. Seu repertório eclético inclui as marchinhas tradicionais de João Roberto Kelly, o samba de Cartola e Clara Nunes, passando pelo xote de Alceu Valença, o forró de Luiz Gonzaga, o funk de Ludmilla, o pop de Anitta, até canções de Paralamas do Sucesso, Raul Seixas e Tim Maia. É diversão pra todo mundo se jogar!

 

 

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